Historicamente, a Pixar mira no aspecto emocional de suas animações para que toda a família, sejam as crianças ou os adultos, sinta o encantamento da história assistida. Seu mais novo longa, LUCA (2021), dirigido pelo cineasta e ilustrador italiano Enrico Casarosa, não foge à regra nem ao formato esquemático do estúdio da Disney, minimalista em sua produção extremamente bem realizada.
Luca Paguro é meio monstro marinho e meio humano que, movido pela curiosidade, quer desbravar o desconhecido. Neste caso, a vida fora d’água. Ele encontra em Alberto Scorfano, também meio monstro, e Giulia Marcovaldo, humana, os amigos perfeitos, vivenciando uma excitante aventura num verão inesquecível na Riviera italiana.
Imbuído de alusões metafóricas, o filme centra no desenvolvimento passional dos personagens enquanto escanteia a “volta pra casa”. O recado do diretor é reto e direto: há um mundo muito maior e mais interessante que as profundezas rasas do oceano. Ou seja, as novas experiências devem ser exploradas. Outra questão abordada, de um ponto de vista mais filosófico e não menos relevante, é a transformação/aceitação do indivíduo. O garoto, para ser benquisto e não sofrer julgamentos alheios, precisa não ser monstro, pois, em suas características inatas e honestas, ele se torna um excluído, um anormal. Daí se desenvolve, também, o preconceito e a discriminação pautados pelo desconhecimento.
Nesta obra doce, gentil, suave e generosa, Luca, Alberto e Giulia encenam, ainda, uma linda celebração da amizade, cuja importância é primordial no combate aos desafios da vida. Assim como acentuam o acolhimento aos diferentes e se fortalecem com isso, sempre sob o arrimo do amor da família e a lição de que aprender nunca é demais.
Menos pretensioso e parecendo buscar ligações com outros filmes do gênero, ‘Luca’ flutua num mar de tropos animados. Ademais, há furos no roteiro e leve incúria nas (falta de) explicações de alguns temas abordados, por se tratar de um interessante estudo de identidade. Porém, o produto final é válido, adorável e caloroso, como se fosse banhado de sol da Itália. Em suma, seja você mesmo, porque sempre vai haver quem lhe critique. Mas também sempre haverá quem lhe apoie.
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