Opinião

“Ei, Renato…”: treinador vai do céu ao inferno e vive pior momento no Flamengo

“Ei, Renato…”: treinador vai do céu ao inferno e vive pior momento no Flamengo

Derrota para o Athletico Paranaense no Maracanã faz Renato virar alvo de coro de ofensas

O jogo ainda nem havia acabado quando o Maracanã se uniu em uma só voz “Ei, Renato, vai tomar no c*”. Claramente desconcertado na beira do campo, o técnico chegou a colocar o emprego à disposição logo após a eliminação para Athletico Paranaense, pela Copa do Brasil na última quarta. Demovido da ideia pelo vice-presidente de futebol, Marcos Braz, e pelo diretor da pasta, Bruno Spindel, Renato segue no cargo. Mesmo assim não deve ter vida fácil à frente do clube mesmo acumulando números no mínimo interessantes no comando. Após um início avassalador, considerado o melhor da história de um técnico pelo Flamengo e celebrado por boa parte da torcida, o treinador é hoje apontado como o principal vilão da má fase de uma equipe milionária que ainda disputa uma final continental em 2021.

Escolhas erradas de um lado e a grande atuação defensiva do outro ajudam a entender a eliminação do Flamengo para o Athletico por 3 a 0. Um placar elástico que sugere um passeio do time visitante. Mas o futebol não se resume em números e muitas vezes acaba contrariando os mesmos. Na noite de quarta-feira, por exemplo, o Flamengo foi quem teve mais finalizações no gol, mais chances criadas e também perdidas. Diante de uma atuação inspirada do goleiro Santos, nem mesmo a volta de Gabriel Barbosa e Bruno Henrique foi capaz de levar o time ao gol. O Atlhetico por outro lado, foi quem fez mais com menos: chutou três vezes no gol, nas três converteu. Atribuir o placar a um acidente e não ao plano de jogo, é olhar somente para os números e não para o plano de jogo que a equipe visitante executou.

Apesar do peso superdimensionado, essa foi apenas a quarta derrota nas 28 partidas em que o time foi treinado por Renato Gaúcho. Nos outros jogos, 5 empates e 19 vitórias. No futebol do tudo ou nada, do 8 ou 80, o aproveitamento de 73% não parece ser o bastante e o treinador que era cotado para assumir a seleção brasileira há cerca de um mês já não serve mais.

Mas outro canto da torcida também chamou atenção na quarta: “Ole, ole, ole, Mister! Mister” pedia a volta de Jesus. Esse é o desejo do torcedor rubro-negro desde que o português cruzou o oceano para voltar ao futebol de seu país após um ano de sucesso indiscutível no Flamengo. A despedida de Jorge Jesus aconteceu em julho de 2020, há mais de um ano, mas ainda hoje influencia na expectativa da torcida a cada novo trabalho no comando técnico do time. E já foram três: Domènec, Ceni e agora Renato Gaúcho. Entre estrangeiros, promissores e ídolos históricos, ninguém parece ser o bastante.

Gabriel Oliveira

Futebol brasileiro e mundial em textos com opinião, fatos e dados.

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