Após dez anos consecutivos como deputado federal, Arthur Lira está no auge da fama. Ele é Presidente da Câmara e líder do chamado “centrão”, bloco de parlamentares mais próximos ao Presidente. Esta proximidade é o que torna Lira uma figura-chave da República.
As manifestações de 29 de maio e de 19 de junho encheram as ruas. A CPI da Covid tem demonstrado as falhas na gestão da pandemia. Escândalos – Salles e as madeireiras, Miranda e a covaxin, entre outros – fervilham no Planalto. Cresce o clamor popular pelo impeachment de Jair Bolsonaro. Um “superpedido” para que seja aberto o processo, firmado por parlamentares de diversas siglas e que acusa o Presidente de ter cometido mais de 20 crimes, está sendo finalizado.
Como todos os outros voltados à abertura do processo de impeachment, esse pedido deve ser dirigido a Arthur Lira. Cabe ao Presidente da Câmara dos Deputados deflagrar esse processo. Todo aquele clamor popular, portanto, deve ser canalizado a ele.
Cada vez mais, é isso que acontece. Personalidades e entidades que pedem a saída de Bolsonaro têm se dirigido diretamente a Lira. Os slogans dessa mobilização têm mencionado seu nome cada vez mais claramente. As próximas manifestações populares, ao que parece, dirigirão suas mensagens a um destinatário inequívoco: Arthur Lira.
Seja qual for sua resposta, a história tem um lugar reservado para ele. O nome de Lira ficará marcado por sua ação ou sua omissão. Se agir, teremos o julgamento de Bolsonaro. Se não, o próprio Lira será julgado. Neste caso, ao permitir ao Presidente concluir seu mandato, a história fará seu julgamento. E então ambos, Lira e Bolsonaro, terão o mesmo veredito.
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